Ser ou não ser... esta É a questão!

Ainda hoje fico impressionado com certas pessoas que se escondem atrás de máscaras, afim de “protegerem” sua sexualidade.
O problema não está necessariamente em assumir-se perante a sociedade e sim de assumir-se para si mesmo!
Perde-se tanto tempo na vida tentando se esconder algo que na maioria das vezes é tão evidente. Cria-se tantas artimanhas para se evitar os famosos comentários em família, no trabalho ou na vida social.

Eu pergunto: “Vale a pena?”
E você responde: “Ahh... a sociedade é preconceituosa e intolerante. Somos uma minoria e blá, blá, blá.”

E eu volto a te perguntar: “Será mesmo que o problema está só na 'sociedade'?”

Não quero dizer que a partir de agora você deve sair por ai usando aquele batom vermelho hematoma para ir ao trabalho ou começar a soltar quilos de purpurina sobre o purê de batatas diante de seus pais na hora do jantar. O que estou refletindo com você é a necessidade que temos de nos aceitarmos como somos em primeiro lugar.

Os conflitos que causamos a nós mesmos e aos outros devido a nossa confusão mental chega a assustar! Uns acabam se tornando radicais; usando do escracho e do deboche como armas poderosas para se “defenderem” de uma sociedade preconceituosa (!).

Outros quebram a cabeça vinte e quatro horas por dia para criar situações mirabolantes onde imperam as mentiras a si mesmo e às pessoas queridas do convívio diário. Sufocam sua felicidade em prol do comodismo dos outros. Isto está certo? Acredito que não.

Em primeiro lugar, acredito que a melhor coisa que um indivíduo pode fazer a si mesmo é se conhecer profundamente. No caso da opção ou orientação sexual, que seja, devemos analisar profundamente os nossos desejos, os nossos ideais, os nossos sentimentos. Esqueça o mundo por algum tempo e veja aquilo que lhe dá prazer, que o satisfaz, que o torna feliz, não só no lado sexual mas em todos os parâmetros da sua vida.

“Ahh”, você vai dizer, “mas se minha mãe souber que eu sou gay ela morre!”

Morre uma ova! Todas as mães sabem que seu filho “é diferente”. Algumas podem até não aceitar a situação, escondendo-se no silêncio e na ignorância. Mas cedo ou tarde o assunto vem à tona. E seria interessante você estar preparado para o famoso diálogo aberto e sincero para àquela que lhe deu a vida física.

Se não puder contar para sua mãe, tenha certeza de que sua avó ou tia ou até mesmo a irmã mais velha será capaz de te compreender. as mulheres da nossa família podem se tornar nossas melhores amigas... e aliadas.

Mas estou pulando partes importantes para o andamento natural dos fatos. Sendo assim, aqui vão alguns conselhos vividos e experimentados por mim-eu-mesmo:

1. Conheça a si mesmo. Pode parecer besteira, mas quantas vezes você parou para pensar em si mesmo de forma transparente e sincera? Quantas vezes você verificou no seu íntimo as suas verdades, os seus desejos e os seus objetivos e colocou tudo isso em prática na vida real?

2. Assumir. A partir do momento em que você assume para você mesmo aquilo que sente, o que você é e o que deseja, tudo ao seu redor passa a ser visto sob um outro prisma. É um alívio quando não precisamos mais esconder de nós mesmos aquilo que somos e sentimos. E essa observação cabe não somente à sexualidade em si, mas em todos os outros setores de nossas vidas: pessoal, profissional, emocional, espiritual e todos os outros "als" possíveis!

3. Jogo limpo. Aceitando-se como se é e se vive, em pouco tempo você aprende a se “defender” das pessoas que não compreendem a sua “diferença”.

E como fazer isso? É simples. Respeitando o limite do próximo. Nós, homossexuais, somos privilegiados em criatividade e inteligência. Então basta desenvolvermos um pouco mais de paciência e bom senso para ajudar àqueles que são ignorantes sobre o nosso modo de agir e de pensar e orientá-los da única forma correta: com diálogo aberto.

Você deve respeitar todos aqueles que convivem com você. Deve mostrar aos outros que você é tão “gente” quanto todo mundo. O fato de você ter optado viver plenamente a sua sexualidade fora dos “padrões” da sociedade não significa que deva abrir mão de suas conquistas.

Ao ser questionado por alguém, simplesmente pergunte a essa pessoa se o fato de você gostar do mesmo sexo atrapalha em suas funções (convívio) para com ela (no trabalho, na escola, na família, etc).

Uma amizade real, o amor da família, um patrão compreensivo... tudo isso é possível, desde que você faça por merecer o respeito das pessoas e exigindo, na boa, que as pessoas aprendam a respeitar o seu espaço. Não digo que tudo se resolverá num passe de mágica.

Mas aos poucos, no tempo certo, você vai sacar que viver plenamente é muito fácil. Basta dar o primeiro passo. Pense um pouco e você encontrará a resposta em si mesmo, à sua maneira, em poucos minutos. Todas as respostas, definitivamente, estão dentro de nós mesmos!

Para finalizar, lembre-se: vivemos num mundo de atração. Ao mudar as suas atitudes pessoais, você passa a atrair pessoas que pensam e vivem como você. Sendo assim, você jamais ficará sozinho.

E nesse meio vai que você encontra sua cara-metade? É tudo uma questão de acreditar em si mesmo.



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