Como transar com mais de sessenta homens em apenas 30 dias?

Escrevo para me desvencilhar de tudo que acumulei em experiências de vida e repasso o conhecimento na forma de artigos e contos para que você sinta o desejo de viver plenamente aquilo que optou ser na sexualidade.

Escrevo porque me sinto na obrigação de expor, da melhor maneira possível, o que é ser gay e como viver a homossexualidade em toda sua plenitude, sem neuras, enrustimentos e retardadices.

Sempre me incomodou o fato de muitos amigos e conhecidos gays viverem a eterna batalha contra si, tentando esconder aquilo que é evidente e deixando de viver com normalidade o que se é, o que se sente, o que se deseja na intimidade e fora dela.

Quando dei meus primeiros passos para tentar me tornar um bom escritor assumidamente gay que realmente sabe como expor o universo gay de maneira simples e transparente para os próprios gays e simpatizantes, muitas vezes ficava abismado ao descrever temas que eu achava tão simples e óbvios em meus artigos e sentir a repercussão imediata e polêmica causada juntos aos meus leitores.

Muitos anônimos me escreviam dizendo que eu era um cara “corajoso” e outras dezenas de adjetivos que elevariam o ego de qualquer cristão. Mas a questão é que nunca me considerei um cara corajoso. Eu simplesmente faço aquilo que tem que ser feito. Simplesmente busco o grau máximo de qualidade, transparência e verdade em tudo que exponho em meu projeto literário.

Acredito que dou o primeiro passo e abro uma simples porta para que você possa ver uma luz. Agora se você vai seguir o meu caminho encantando... isso é algo que só você pode decidir, não é mesmo?

Já em meus contos, onde imperam altas doses de homoerotismo, procuro buscar equilíbrio entre o sexo e as minhas verdades que se escondem nas entrelinhas, loucas para ser descobertas por você.

Verdades para sua reflexão, onde deixo claro quais os motivos que levam todos os meus personagens a praticar as mais variadas formas de sexo com seus parceiros e as consequências dessas relações, tanto no âmbito físico (riscos para saúde, por exemplo), quanto no lado emocional (paixões, amores, frustrações e esperanças) e até mesmo na questão espiritual (almas companheiras, amor além da morte, hipocrisia no seio das religiões, etc).

No passado me sentia frustrado ao ler centenas de histórias que leitores anônimos publicam em diversos sites gays espalhados por ai. Era uma profusão de transas perfeitas, onde a maioria das fantasias eram realizadas com homens lindos, hipersupermega dotados; sempre aqueles bombeiros, policiais e fardados em geral à disposição, além de corpos sempre sarados e picas e bundas cinematográficas em trepadas incomensuráveis. Tudo muito falso, muito certinho, muito... triste.

Ninguém “mostrava a cara”, ninguém promovia algo diferente, inteligente, “pensante”; algo que me levasse a refletir sobre o conteúdo, os fatos, o sexo em si. A maioria dos textos só servia para bater uma triste punheta e olhe lá!
Isso acabou se tornando um desafio para mim, forçando-me a dedicar parte do meu tempo para a pesquisa, o roteiro, a criação e a exposição de todo um universo do qual faço parte.

Além disso, sempre achei que eu também poderia – por experiência própria – me considerar um profundo conhecedor da alma masculina, postando aquilo que penso e sinto pelos homens.

Minha preocupação é expor nossa homossexualidade da forma mais crua e real possível, sem, é claro, deixar de lado o romantismo e altas doses de erotismo, porém mixando tudo numa mensagem de alerta para que você possa praticar e fazer e viver plenamente tudo aquilo que minha ficção oferece em entretenimento, sempre regada de responsabilidade, maturidade e bom senso.

Acredito que nós temos o direito de trepar do jeito que nos dá na telha, afinal, sexo é primordial e pronto! Mas sem nos descuidarmos do nosso estado físico e emocional. Devemos cuidar do nosso corpo, não nos expondo desnecessariamente às situações que possam nos prejudicar.

E, o mais importante, devemos preservar nosso lado emocional, sabendo com quem e principalmente como nos envolver com outro homem do jeito correto. Tudo feito com equilíbrio, diálogo mais do que franco e harmonia nas afinidades para que as coisas, no final, deem certo.

Quando escrevi meu primeiro romance – 30 dias – meu foco primordial era expor tudo o que alguém é capaz de fazer quando busca o tal do “príncipe encantado”, mas não dá a mínima importância aos sentimentos alheios, ao bom senso, à segurança e à realidade.

Jägger, personagem principal do livro, é um sujeito frustrado, inseguro. Um cara que sempre sofreu no amor e na intimidade, muitas vezes por causa de sua extrema submissão ao parceiro do momento. Jägger era o típico carinha que simplesmente se entregava e se preocupava excessivamente com o bem-estar do outro, sempre anulando seus próprios desejos, asfixiando suas fantasias, descartando seus prazeres em prol das vontades do companheiro de cama.

Quantas vezes não nos comportamos assim? Quantas vezes, por medo de perder o “amado”, nos anulamos totalmente e acabamos por nos tornar simples bonecos infláveis em prazeres temporários?

O tempo passou e Jägger surtou! De repente, de uma hora para outra, ele resolve testar em si mesmo os limites, os prazeres, as dores e os riscos do sexo total e desenfreado.

Aproveitando-se de um período de férias curtidas longe de casa, Jägger planejou e conseguiu se entregar completamente a dezenas de homens que cruzaram seu caminho; sem barreiras morais, sem escrúpulos, sem medos. Prazer por prazer, caça e caçador, sexo pelo sexo.

Jägger mostra, em exatos trinta dias, tudo o que é possível viver no lado obscuro da homossexualidade. Exatamente o que nós mesmos fazemos no nosso dia a dia. Ou vai me dizer que você, durante suas caçadas diárias, não vive buscando a trepada perfeita?

Jägger arriscou sua vida, em todos os sentidos, para expor em seu diário o peso da sua insanidade. E acabou revelando todas as suas experiências, muitas delas inimagináveis ou inaceitáveis para muitos, para que o leitor pudesse comparar a sua própria vida com aquilo que o personagem passou durante um mês.

Nas experiências sexuais reveladas no diário de Jägger, muitas são vivências que tanto eu como você certamente já passamos um dia. Há realidade em todos os atos, uma realidade que geralmente desprezamos ou tentamos esconder de nós mesmos.

Quantas vezes nos arriscamos durante uma transa? Quantas vezes nos entregamos a um homem sem identidade e em lugares desprezíveis que ferem nosso bom senso, só por causa de uma chupeta bem feita ou de uma gozada em cinco minutos?

Quantas vezes nos escondemos em darkrooms, em interiores de automóveis estacionados em ruas desertas, em cinemas de pegação e em banheiros públicos, sempre ávidos por encontrar o cacete mais “maior” ou a bunda mais suculenta?

Quantas vezes não entregamos nossos rabos a um pinto desprotegido só por medo de perdermos aquele bofe que achamos ser o definitivo?

Deixo aberto o convite. Leia o diário de Jägger, e compare nas entrelinhas a sua realidade com aquilo que escrevi na ficção. Tenho certeza de que você vai se reconhecer em inúmeras situações e se surpreender com as verdades apresentadas.

E a indagação provocada no título desse artigo deixo para você responder... com uma pequena modificação: será que vale a pena transar com trocentos caras em exatos trinta dias?

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