Escorpião
Que meus livros são sucesso de público selecionado, isso não se discute: é um fato! Que minha “coragem” em ser um gay muito bem resolvido e experiente e vivido, que expõe o real universo homossexual masculino em contos e romances e artigos de bom conteúdo, isso também é fato.
Que minha iniciativa é pioneira e que muitos artistas escritores ou admiradores se fortalecem na minha prática literária para galgar seus próprios destinos na arte homoerótica também é um super fato.
Passo, em média, quatro horas por dia a responder mensagens dos meus leitores e fãs; seja através de mails ou pelas redes sociais. Procuro ser atencioso e transparente com todos. Raramente deixo um leitor sem respostas; seja por algo que expus em contos ou artigos, seja para esclarecer dúvidas de cunho existencial no que se refere à homossexualidade.
Reparo que a cada dia, involuntariamente, assumo mais e mais o papel de “evangelizador”, ou se você achou essa palavra forte demais, sinto-me responsável por abrir mentes e indicar caminhos a muitos e muitos gays, bi e héteros que encontram em minhas palavras um certo alento e respostas a um sem número de “sofrimentos” e dúvidas e medos que – por incrível que pareça – ainda assolam mentes e corações embotados na ignorância.
Uma de minhas melhores qualidades – comprovadas por quem me conhece ou ao menos já conversou comigo – é a minha fácil e real capacidade de resolver problemas alheios no que tange às experiências de vida, principalmente às vivências dentro da sexualidade escolhida.
Sou um fenômeno de paciência e compreensão. Não, não me julgue. Não estou a derramar confetes sobre minha personalidade que pode soar perfeita, imaculada. Bem longe disso. Sou um homem simples repleto de manias, defeitos, imperfeições e bobiças. Mas sinto que minha humilde arte nas palavras auxiliam muitos por aí em suas descobertas interiores. O que faço agora é apenas enaltecer aquilo que há de bom em mim, aquilo que é meu alicerce para o bem que me propus a fazer na minha vida: servir ao meu igual, utilizando a linguagem da Arte para ajudar meu próximo a encontrar ao menos alguns fragmentos de felicidade e amparo para sua evolução pessoal.
No 13 de junho – por sinal, data do meu aniversário – comemorei em devaneios e recordações meus dez anos de intensa produção literária. Dez anos de trabalho solitário, eliminando meus demônios interiores, doando o que me resta de positivo em prol de um amor que envolve meu ser numa conexão absurda, até mesmo insana com milhares de pessoas que não conheço.
O que procuro passar com o parágrafo acima é que sinto que tenho uma espécie de “missão” enquanto artista: levar palavras de incentivo e retirar a ignorância e o medo do não se aceitar como se é, o que se é, o que se vive dentro da sexualidade.
Mesmo nas passagens mais eróticas dos meus textos, sempre deixo estampado nas entrelinhas um sinal de alerta, jamais moralista, do tipo: “e aí... vale a pena fazer isso?”
Gosto de excitar meu leitor, é claro. Porém há uma preocupação constante em alertar o homem atrás da tela, mostrando a ele que tudo é possível e é permitido, que não existe essa porra de “pecado”, e que tudo é válido, desde que ele aprenda a se respeitar e a se conhecer em primeiro lugar.
Todos os dias me deparo com mensagens de agradecimento de jovens, velhos, homens e mulheres que escapolem de sua crônica timidez para relatar suas experiências, onde noto o que um dia escrevi serviu como principal ponto de apoio e libertação em suas vidas até então medíocres.
É isso que sustenta meu desejo de produzir cada vez mais. É me envolvendo na emoção desses anônimos que sinto que tudo que produzo – definitivamente – não é em vão. É saber que minhas palavras têm uma energia incrível que renova essas pessoas. É algo meio maluco sentir que apenas uma frase de minha autoria foi capaz de mudar por completo a trajetória de uma existência!
Durante minhas caminhadas diárias, luto comigo mesmo no turbilhão de ideias que ficam fermentando e brigando entre si por atenção. Durante minhas madrugadas solitárias, lá fico eu diante do notebook, martelando resumos, decifrando enredos, formatando personagens cada vez mais complexos em tramas de grande apelo emotivo e sensual.
Tudo para surpreender meu leitor. Um fã cada vez mais exigente e ávido por “lançamentos” produzidos por mim-eu-mesmo.
Sou muito rápido no escrever meus enredos. Geralmente, não levo mais do que dois dias para conceber uma trama e transformá-la em produto final.
Mas, obviamente, há enredos que consomem muito tempo de maturação, de pesquisas, de lapidação. E sinto uma dor muito grande por não encontrar esse tempo disponível quando necessário. Afinal de contas, tenho que trabalhar para o meu sustento em outras atividades e ainda não posso me proporcionar o direito e o luxo de jogar tudo pra cima e me dedicar integralmente à atividade literária.
Já te adianto que isso não é um lamento e sim um desabafo que espera ecoar dentro de mentes sensíveis e cultas.
Tem muita gente que acha que o que escrevo é simples fruto de minhas aventuras sexuais. Tem muito ser insignificante e problemático – além de analfabyte – que acredita piamente que passo o dia e a noite a trepar com meio milhão de machos e não-tão-machos (!!) e depois apenas “digitalizo” as experiências em formato de livros para consumo gratuito de punheteiros de plantão.
Mas esses tipos não me afetam em nada. Pelo contrário. Eu me divirto quando chega em minha caixa de mensagens algum depoimento escalafobético de gente que – sinceramente – lê mas não sabe ler. Ou melhor, que lê com a cabeça inferior (trocadilho válido).
O que tem me deixado confuso e – em alguns casos – puto pra caralho é o número elevado de gente que entra em contato, tece um quaquilhão de elogios “afaga-pelos”, me pede mais informações de como colaborar financeiramente (sendo que está explícito em meu site como proceder) e depois some sem deixar vestígios.
Em outras palavras, é um bando de seres que acreditam que puxar meu saco virtualmente vai lhes proporcionar alguma garantia de fodaria, sendo que a promessa de “pagamento antecipado” (rs) indicaria sinal de algum tipo doentio de V.I.P.erismo na minha existência.
Santo Antônio do Saco de uma Bola Só... eu não estou à venda por tão pouco... mas meu trabalho está... por qualquer pouco depositado com o coração!
Ainda há os que fazem questão de dizer que “gastam rios de dinheiro por mês com cultura”, seja em cinemas, em teatros, em livrarias, blá, blá, blá e que acham “o máximo” eu “dar de graça” meus livros pra quem quiser usufruir do mimo.
E que só não “gastam comigo”, pois preferem ter o livro “físico” nas mãos e acham que pagar por algo “que está na internet” não vale a pena.
Há também aqueles que me dão verdadeiros esporros quando demoro mais de um mês para postar algo inédito, “cobrando” novos livros a todo momento, acreditando que têm direitos sobre mim e minhas obras, onde babam de vontade de punhetar com meus novos enredos.
Então, vamos a alguns esclarecimentos, aliás... que me fizeram escrever esse texto que está diante dos teus olhos vítreos.
Por mais dificuldades que eu esteja passando, tanto no sentido financeiro quanto no sentido emocional, de tempo, etc nada vai me fazer parar de escrever. Tenho muito, muito, muito ainda a dizer, a revelar. Tenho uma caralhada de textos produzidos à espera de revisão, bem como uma pancada de textos em rascunhos ou em desenvolvimento, aguardando mais pesquisas ou inspiração.
Não me limito a textos literários, pois sempre me julguei um artista completo dentro do que me propus a criar. Tenho roteiros e também projetos que envolvem fotografia, vídeos, palestras, cinema, teatro e demais mídias e manifestações artísticas de todo tipo.
Tenho farto material para ser exposto em qualquer lugar do mundo, para os mais diversos segmentos do “nosso” mundo, para todos os públicos, para todos os níveis, para tudo... literalmente.
Como todo artista não conhecido ou “iniciante” ou que não chupou ou meteu no cara certo ainda, encaro as dificuldades naturais ao anonimato inerente. Um anonimato estranho, já que – por ironia suprema – acredito que sou hoje, no Brasil, um dos mais respeitados e conhecidos artistas gays do momento, pelo menos no que se refere à legião crescente de fãs que veneram meus textos e minhas atitudes.
É fato que tenho nas mãos uma verdadeira mina de ouro não aproveitada por algum empresário de visão; um alguém que veja além, mas que, ao mesmo tempo, respeite a inteligência do “meu” público, pois eu jamais entraria num negócio para aproveitar ou explorar meus iguais com mentiras ou algo de qualidade duvidosa, desrespeitosa, etc.
É notório que o que produzo tem qualidade, é bem feito e atinge em cheio os anseios de quem curte minhas obras.
Então, sem mais delongas, quero te fazer um pedido: Se você leu algum texto meu e realmente gostou do meu trabalho, que tal VOCÊ investir em mim?
Que tal você colaborar com o mínimo para que eu possa reverter o investimento no máximo do seu prazer constante?
Que tal você apostar comigo – realmente uma aposta cultural – sabendo que o seu realzinho em breve vai fazer de mim “o” artista que terá ainda mais voz e atitude e militância em busca de visibilidade para o “nosso” universo colorido?
Preciso do mínimo para ser o máximo. Eu tenho capacidade (e provo isso todos os dias) para “chegar lá”, porém preciso realmente de apoio de quem gosta de mim, de quem gosta das minhas obras, de quem acredita no meu potencial.
Se você é uma dessas pessoas, por favor, aposte em mim. Você sabe que não vou te decepcionar.
Quando estiver passando em frente a uma lotérica da vida, ou via PayPal, ou seja lá como for, lembre-se que há um cara louco para por a cara a bater de frente com quem quer que seja, tudo para ajudar outros iguais a serem felizes diante de suas naturezas.
Como disse, nada vai me parar. Vou continuar a produzir boa cultura “gay”. Mas não quero mais seguir sozinho. Quero ser “amparado” pelos meus VERDADEIROS FÃS. Quero me sentir reconhecido ao ver que míseros reais que não vão te fazer a mínima falta, juntando daqui e dali, vão me ajudar a custear meu site, ampliar o alcance do mesmo, produzir ainda mais livros, criar outros tipos de entretenimento na nossa área e, finalmente, no tempo certo, ser “a voz” em todas as mídias, lutando sem cessar pelo reconhecimento dos nossos direitos e do respeito merecido.
Finalizei parecendo “promessa de político”... mas não me importo.
Guarde bem esse texto nos teus “favoritos”, pois se você decidir me apoiar, pode me “cobrar” daqui algum tempo e farei questão de mostrar os resultados dessa empreitada, por hora, solitária.
Chegou a hora de você afastar o escorpião do bolso e me “presentear” com alguns cobres.
Assim, cabe a mim-eu-mesmo expor um belo ferrão ao mundo, espargindo veneno libertador nos olhos dos cegos embotados pelo medo de aceitar o invevitável.
Invista em mim, para que eu possa investir em nós.
Me apoie, para que eu possa te proporcionar ainda mais orgulho e prazer e visibilidade.
Me ajude... para que eu possa ajudar você, o vizinho do nosso lado, um anônimo qualquer que precisa do tipo de arte que eu faço para se levantar e viver e se descobrir e ser feliz.
É isso o que eu tinha a dizer, desabafar, revelar...
Sigo bravamente meu caminho solitário... na esperança de contar com seu incentivo...
… com a certeza de que seremos, de um jeito ou de outro, vencedores!
Obrigado... valeu por me “ouvir”...
Eu sou teu... e você sabe disso!
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